O mercado pode ser comparado ao mar, numa associação direta às suas ondas. Uma onda é formada por altos e baixos e assim é o mercado - quando a onda está boa há prosperidade e aproveitá-la é fundamental para alcançar o sucesso. O importante é descobrir a hora certa de entrar e sair de cada onda: nem muito cedo, antes da onda começar, nem tarde demais, quando ela já está no seu fim. A aplicação desta filosofia é fator chave na gestão de qualquer negócio.
Outra lição que esta comparação permite é o processo de ir ao encontro das ondas, jamais de encontro a elas. Ir ao encontro tem conotação de harmonia, pois as forças não travarão embates. Já o ir de encontro expressa um sentido de choque, e nesse embate, a diferença de forças poderá causar consequências, principalmente se as ondas trouxerem ameaças que afetem diretamente os pontos fracos de sua empresa.
Em outros momentos o mar fica com ondas calmas, quase sem movimento, exigindo um esforço de quem está nele para movimentar-se e manter um grau de sobrevivência, configurado, na realidade do mercado, como períodos de recessão. Entre as ondas que vão e vêm, há sempre os momentos de recuperação, que devem ser muito bem observados.
Toda empresa precisa identificar as ondas do mercado e tirar proveito delas, sabendo a hora certa de entrar e, principalmente, a hora certa de sair. Para estar atenta às ondas do mercado a empresa poderá contar com uma ferramenta chamada Radar Corporativo.
Com o Radar Corporativo é possível captar os sinais do mercado e compreender melhor suas oportunidades e ameaças, representadas pelas mudanças constantes. Outra ferramenta que complementa a função do Radar Corporativo é um filtro utilizado para separar numa análise crítica, estratégica e inteligente, dentre todo o conjunto que o mercado proporciona, as informações que possuem qualidade e agregam algum tipo de valor ou diferencial ao negócio da empresa.
Antes, diferenciavam-se as empresas que tinham informações. Hoje o cenário é outro: faz diferença, a empresa que tem informações com qualidade e, ainda mais, sabe fazer uso delas. A logística das informações agora é reversa: a qualidade tem um valor muito maior do que a quantidade.
Manter o Radar Corporativo em funcionamento é regra clássica para uma empresa reduzir os riscos de ser surpreendida, principalmente pelas mudanças. Uma grande parte destas mudanças pode ser detectada pela análise do ambiente geral da empresa, ou seja, o lado externo dela, composto por variáveis tecnológicas, políticas, econômicas, sociais, demográficas, ecológicas, legais e culturais.
É no conjunto destas variáveis que estão as principais mudanças que afetaram, afetam e afetarão a empresa. Compreender suas dinâmicas e incertezas é tarefa de grande importância. No entanto, nem todas estas variáveis apresentam utilidade para a empresa, por conta do seu segmento de atuação no mercado. Neste caso, uma seleção ambiental é a melhor forma para separar e trabalhar apenas as variáveis que interferem ou não no negócio da empresa.
Ainda na análise do ambiente externo deve ser dada ênfase no monitoramento das ações dos concorrentes, fornecedores, clientes (principalmente) e todos os agentes que atuam para regulamentar o segmento.
Outra função importante do Radar Corporativo é a identificação de cada onda do mercado, classificando-as como moda, tendência ou megatendência.
O que diferencia um elemento do outro é o seu ciclo de duração e sua previsibilidade. Uma moda tem duração muito curta e ocorre de maneira inesperada. Já uma tendência tem duração maior e uma compreensão de seus sinais hoje, revela um cenário para o futuro próximo, não muito distante. As megatendências apresentam mudanças longas com evolução lenta, distantes da realidade, sendo os acontecimentos para um futuro ainda distante.
O Radar Corporativo é uma ferramenta de gestão que deve fazer parte do cotidiano de qualquer empresa. Ele não exige investimentos financeiros. Sua arquitetura é semelhante a um sistema de informações do mercado, sempre com o devido monitoramento para ampliar o ciclo de vida da informação coletada.
Profissionais que possuem informações sobre o mercado, como aqueles que têm um contato direto com clientes, fornecedores e concorrentes, por exemplo, são essenciais no processo de formatação do Radar Corporativo e podem ser considerados como conselheiros estratégicos da empresa.
Edição | 1604