A Responsabilidade Social Corporativa é uma ferramenta de gestão que introduziu no mercado uma visão humanista, ética e transparente ao segmento corporativo. Surgiu como uma resposta das empresas às percepções dos consumidores e com o público com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.
Quando as empresas captam recursos naturais do meio ambiente, renováveis ou não, estão utilizando um patrimônio social. Tais recursos quando devolvidos de forma deteriorada, afetam negativamente o patrimônio natural por meio da redução do volume de água potável, do nível de qualidade do ar, da redução das áreas de terras cultiváveis, restringindo, portanto, as condições de vida atual e futura.
É importante que a empresa divulgue suas ações, tendo em vista que a evidenciação de informações socioambientais torna a comunidade, os sócios e usuários em geral, conscientes da realidade da empresa. Essas informações sobre a postura socioambiental adotada pela empresa devem ser claras, objetivas e compartilhadas por todos os integrantes da empresa e interpretada pela maneira como a empresa opera com relação às expectativas da sociedade no respeito à lei, às pessoas, à comunidade e ao meio ambiente.
Tem crescido o número de empresas que estão adotando a responsabilidade social como fator estratégico de sucesso devido às pressões de clientes e fornecedores, dentre outros grupos. Até meados da década de 70, uma empresa era considerada sustentável se estivesse economicamente saudável, com bom patrimônio e lucro sempre crescente.
Para o novo conceito econômico, as empresas são consideras sustentáveis se interagirem de forma holística com os três aspectos do tripé da sustentabilidade - econômico, ambiental e social – também conhecido como pessoas, planeta e lucro, cujo objetivo é comprometer as empresas com a adoção de um padrão ético de comportamento econômico, atuando como agente social no processo de desenvolvimento, com ações que se multipliquem pela sociedade.
Nesse sentido, as dimensões, de pessoas no tripé, correspondem às estratégias e politicas que uma empresa desenvolve para tratar as questões relacionadas ao capital humano, como saúde e o bem estar de seus colaboradores, salários justos e assistência às pessoas afetadas com as atividades das empresas, considerando ainda os problemas gerais da sociedade, como educação, violência, lazer etc.
Portanto, é necessário que as empresas incorporem em suas estratégias de longo prazo os aspectos da sustentabilidade, norteando as ações da organização que serão compartilhadas por todos os seus integrantes. Significa mudança de atitude numa perspectiva de gestão empresarial com foco na responsabilidade social e na geração de valor para todos.
O desafio a ser enfrentado pelas micro e pequenas empresas é desenvolver a responsabilidade social balizada na cultura organizacional, em que as questões socioambientais devem estar conectadas às estratégias da empresa, transformando a sustentabilidade em oportunidade de negócio.
Nessa percepção, a prática da responsabilidade social é positiva para os negócios, principalmente em função da redução de custos operacionais, melhoria de imagem, aumento do volume de vendas, lealdade dos clientes com a marca e melhoria dos indicadores de produtividade e de qualidade.
Cada empresa pode focar uma área para atuar, com a adoção de programas que envolvam os trabalhadores, clientes, fornecedores e principalmente a comunidade onde as empresas estão inseridas.
A prática da responsabilidade social depende da quebra de paradigmas, que só ocorre com investimentos em educação e estimulo a criatividade dos dirigentes e colaboradores da empresa.
A responsabilidade social deve refletir também nos objetivos e nas aspirações da empresa, fazendo parte da missão, visão de futuro e valores, de forma que estes objetivos sejam atualizados e sistematicamente difundidos, porque expressa compromissos muito mais amplos do que aqueles previstos em lei. Melhora a imagem das empresas, por meio de comportamento e procedimentos mais positivos do ponto de vista ético, social e ambiental, representando vantagem competitiva.
Para as empresas que desenvolvem planejamento estratégico, fica clara a necessidade de que a responsabilidade social seja considerada no planejamento de médio e longo prazo, analisando seu impacto sobre seus projetos, metas e processos. A responsabilidade social deve ser estimulada junto com o empreendedorismo. O discurso e a prática devem ser coerentes. Para seu sucesso é necessário que se atribua a um de seus executivos de primeiro escalão a responsabilidade sobre sua gestão, normalmente pelo que responde pela auditoria, por fazer parte do seu escopo, observar leis e os procedimentos normatizados, garantindo que seja efetivamente praticada.
Muitas empresas criam programas de reconhecimento e premiação como forma de incentivar seus colaboradores a atingirem determinadas metas ou proporem formas alternativas para evitar desperdícios e práticas poluentes etc. Estas práticas devem ser consideradas no processo de planejamento.
A adoção de um Código de Ética é importante em todo processo de formalização de politicas e de compromissos da empresa com a responsabilidade social. É um instrumento útil para dar diretrizes e orientações para os dirigentes agir em momentos de tomada de decisões difíceis ou relevantes. Serve também para reduzir os riscos de interpretações subjetivas quantos aos aspectos morais e éticos envolvidos.
Conclui-se, portanto, que a responsabilidade social corporativa é uma boa oportunidade de negócio para as empresas.